- Lucas, obrigado pelo seu tempo para nós da Metal Fire Metal. Você pode nos contar como foi o inicio da carreira da RADICITUS?
R: Eu que agradeço o espaço cedido por vocês. Bom, nós começamos como a maioria das bandas começa: amigos que ouvem muitas coisas em comum e decidem fazer música juntos.
Nós começamos na escola, eu e o primeiro guitarrista estudávamos juntos e gostávamos de escutar as mesmas bandas, aí eu já gostava de cantar e ele tocava. A partir disso, fomos juntando os outros membros: eu era da mesma sala que o primeiro baterista e ele era amigo do baixista, nisso, estava criada a primeira formação da Radicitus.
No começo nós tocávamos apenas covers de bandas como: Red Hot Chili Peppers, The Doors, Foo Fighters etc, o material autoral e essa profissionalização maior, foi surgir só depois.
- Conheci o trabalho de vocês através de “Peer”. Como tem sido a repercussão deste trabalho?!
R: Tem sido ótima desde o lançamento! Foi uma música na qual a experimentação falou mais alto. Nós testamos muitas coisas novas como sobreposições na voz pra criar uma espécie de “camada” vocal, influências de música oriental (árabe e indiana) e etc.
Boa parte do nosso público recebeu muito bem essa música, alguns até disseram ser nosso melhor trabalho até então. Ela é uma música que nos enche de orgulho e ter trabalhado nela foi um processo incrível.
- Como se deu o processo de produção do material? Quem assinou a produção? Vocês costumam participar?
R: Sim, nós participamos durante todo o processo e temos voz ativa na produção, mas quem assina a maioria dos nossos trabalhos é o produtor Gerson Lima.
O Gerson atua como produtor a muitos anos e conhece o som da banda, além de ter influências que casam com as nossas, o que facilita bastante o trabalho dele na hora de trazer aquele som que a gente busca. Ele produziu nosso EP de estreia, “Morphing” e nosso último single lançado no começo desse ano.
Já “Peer” foi produzida pelo produtor Maurício Cajueiro, que já trabalhou com grandes nomes da música nacional e internacional como: Zélia Duncan, Ivan Lins, Steve Vai, Glenn Hughes e muitos outros. Foi uma experiência sensacional ter um cara com um currículo desse trabalhando em uma música nossa.
- A banda, ao menos pra mim, soa como Alternative Rock. Mas como vocês se rotulam?
R: Nós não gostamos muito de rótulos, pra ser honesto com você, mas, pra facilitar, nos consideramos uma banda de rock alternativo sim.
O termo é muito abrangente, abarca uma série de bandas que necessariamente não tem um som parecido, mas nossas influências sonoras elas misturam dois universos: o rock alternativo (especialmente o grunge dos anos 90) e o rock clássico, oriundo dos anos 60 e 70. Misturamos essas bandas e criamos nosso som em cima dessas influências todas, então na nossa música você vai encontrar muito de: Nirvana, Pearl Jam, Alice In Chains, Soundgarden, Led Zeppelin, The Rolling Stones, Bad Company, Kiss etc.
- O que você acha sobre outros gêneros musicais? O que vocês costumam ouvir nas horas vagas?
R: Essa é uma pergunta interessante e eu posso dizer que nós gostamos de muitas coisas fora do nicho do rock.
A gente ouve desde country e blues até jazz e funky music. Pra citar alguns artistas que gostamos aqui: nosso guitarrista o Mateus Teixeira, é um grande fã de artistas do country americado como: Waylon Jennings, George Strait, Willie Nelson e duplas clássicas do sertanejo brasileiro, inclusive, ele além de guitarra toca viola caipira, dá pra acreditar?
Já o baterista, o Matheus Carvalho, gosta bastante de jazz fusion e aprecia artistas orientais desse gênero como: Casiopea, Himiko Kikuchi e também é um grande apreciador de artistas da MPB: Milton Nascimento, Chico Buarque e muitos outros.
Eu gosto bastante de funky music, especialmente Sly And The Family Stone, James Brown e sou um grande fã de pop clássico de artistas como: Prince, Michael Jackson, George Michael e muitos outros. Mas ouço blues também, soul music etc.
O baixista, o Andreir Oliveira, curte muito Grace Jones e Hermeto Paschoal. Tudo isso, paralelo ao rock, que é o gênero principal que a gente consome.
- “Back to Black” foi uma enorme surpresa pra mim. Por qual razão resolveram gravá-la?
R: Foram alguns fatores que nos levaram a gravar nossa versão para essa música, mas os dois principais foram: nossa admiração pela obra da Amy Winehouse, que mesmo tendo uma carreira curta, deixou um legado enorme para a música e a nossa admiração por artistas que conseguem pegar uma música que não é do seu universo e consegue transformar ela em algo que dialogue com seu público. Bandas como: Guns N’ Roses, Black Crowes, Red Hot Chili Peppers, Metallica etc fizeram isso e nós pensamos: “por que não?”
Aí escolhemos a Amy Winehouse por sermos apreciadores da obra dela e queríamos uma música forte, emotiva e poderosa, aí veio a escolha por “Back To Black”, que além de preencher todos esses requisitos que buscávamos, é um dos maiores sucessos dela. Fizemos o arranjo e entramos em estúdio para gravar. Tudo fluiu muito bem e nos orgulhamos muito dessa versão.
- Queria muito poder conferir mais conteúdo de vocês. Mais lançamentos estão nos planos para 2025?
R: Estamos trabalhando em um novo single, cujo planejamento envolve lança-lo ainda esse ano, e nesse momento, estamos dando início a nossa nova turnê. Temos muitos planos e novidades a caminho...aguardem!
- Acho que o som de vocês casaria muito bem com o português. Concordam? Alguma chance de vocês passarem a trabalhar por este caminho?
R: A nossa escolha pelo inglês nas músicas ela se deu para buscarmos espalhar o nosso material para mais lugares, sem que a barreira idiomática existisse. O português acaba sendo um idioma limitante nessa ideia pois fora do Brasil, a maioria dos países consome mais músicas em inglês, principalmente se tratando de rock.
Agora com os streamings, ficou mais fácil compartilhar música para qualquer parte do mundo, então nesse sentido, o inglês faz o nosso material chegar mais rápido e se tornar mais acessível para outros locais mundo afora, então a ideia é continuar com esse idioma nas canções.
- Como tem sido os shows nesta fase atual da carreira da banda?
R: Vamos iniciar nossa nova turnê no dia 15 de junho em São Paulo. Estamos muito ansiosos para essa série de shows, vamos estar em locais que nunca estivemos antes, retornar para outros que já tocamos, enfim, uma mistura de sentimentos! Mas estamos empolgados e com muita energia pra dar nosso melhor.
- E quanto a novos lançamentos no formato áudio visual? Alguma chance de vermos novos videoclipes da banda ainda em 2025?
R: Sim, videoclipes estão nos planos. Também estamos reformulando nossas redes sociais para produzirmos conteúdos nesse estilo para lá, nosso público gosta muito de nos ver interagindo etc, então estamos com essa ideia.
- Lucas, mais uma vez, muito obrigado. Se algo ficou pendente, por favor este espaço é seu para as considerações finais...
R: Eu que agradeço. Gostaria de pedir para todos seguirem a Radicitus no Instagram (@radicitusoficial) e checarem nossas músicas nas plataformas de streaming. Estamos no Spotify, Amazon Music, Deezer, YouTube Music, Apple Music e muitos outros.
Obrigado novamente pelo espaço!