- Jonas, obrigado pelo seu tempo para nós da Metal Fire Metal. Você pode nos contar como foi o início da carreira da DUZECK?
Bom, eu, o Paulinho (baixista) e o Denis (baterista) somos amigos de adolescência. Íamos juntos para o colégio e tivemos uma banda de metalcore chamada Teodora. O Coxinha (Rafael, vocalista) conheci em 2003, em um festival de música estudantil, e tocamos juntos na banda Benihana até 2010.Em 2020, meu pai faleceu. Ele era um talentoso poeta e letrista. Arrumando as coisas dele, encontrei uma pasta com muitas letras que não haviam sido musicadas. Eu e um amigo do meu pai — que também é meu amigo — o JC Vasco, da banda Tommarock, costumávamos musicar as letras dele. Comecei a ler aquele material e tive a ideia de testar algumas das letras com arranjos de guitarra que eu já tinha criado, mas nunca usei em nenhuma banda. Assim, comecei a compor as músicas usando as letras dele. Isso me fez sentir muito melhor, mais próximo do meu pai, e me ajudou demais no processo de luto. Sempre que encontrava o Denis e o Paulinho, falávamos da vontade de voltar a tocar. Em 2021, eu já tinha seis músicas praticamente prontas. Chamei os dois para montar a banda e, no primeiro ensaio, já saíram três músicas. Provisoriamente, chamamos a banda de Lester. Mas, depois de um tempo pensando e conversando, resolvemos homenagear meu pai — todos os amigos dele o chamavam de Zekinha. Daí surgiu o nome Duzeck (“Do Zekinha”). Então, chamei a Samara e o Igor para os vocais. No começo parecia promissor, mas logo o Igor pediu para sair e focar em outros projetos. Eu ainda sentia falta de mais uma guitarra e chamei o Tiago, que somou muito e trouxe mais peso para o som. A Samara teve dificuldade de se encaixar no estilo das músicas e preferiu sair. Nessa época, já estávamos gravando “Retrovisores” — só faltava a voz. Foi nesse momento que liguei pro Coxinha, expliquei toda a ideia e o conceito da banda, e ele topou na hora. Com apenas dois ensaios, gravou os vocais. Nós adoramos o resultado!
- Conheci o trabalho de vocês através de “Retrovisores”. Como tem sido a repercussão deste trabalho?!
Tem sido muito boa! Sempre com um feedback positivo — ainda mais depois que lançamos o videoclipe.
- Como se deu o processo de produção do material? Quem assinou a produção? Vocês costumam participar?
Foi um processo de muito trabalho. Quando estávamos gravando, a vocalista da época saiu da banda, o que causou um pequeno atraso. Mas o Coxinha entrou, gravou, e ficou foda! A produção foi assinada pelo meu grande amigo Borgz, que nos ajudou em todos os momentos. A mixagem e a masterização ficaram por conta do incrível Gabriel Zander, da banda Zander, que chegou a um resultado que surpreendeu a todos nós.
- A banda, ao menos pra mim, soa como Alternative Rock. Mas como vocês se rotulam?
A ideia foi trazer uma mistura de todos esses anos ouvindo hardcore e suas vertentes — dos mais melódicos aos mais pesados. Eu costumo dizer que é hardcore melódico, mas alternative rock também é uma boa definição.
- O que você acha sobre outros gêneros musicais? O que vocês costumam ouvir nas horas vagas?
Eu costumo ouvir muita coisa diferente dentro do rock. Também gosto de rap, funk, pop, MPB... Mas gosto muito quando misturam gêneros diferentes. Por exemplo, o Noção de Nada, que misturava hardcore com bossa nova.
- “Retrovisores” foi uma enorme surpresa pra mim. Qual a mensagem que vocês querem transmitir com ela?
Acho que é uma mensagem de superação, de não desistir. Mesmo nos momentos ruins, ter esperança de dias melhores. Essa música é muito especial pra mim: ela é a única cuja letra eu escrevi junto com o meu pai.
- Queria muito poder conferir mais conteúdo de vocês. Mais lançamentos estão nos planos para 2025?
Estamos em produção para gravar mais quatro músicas. Estamos planejando lançar uma no fim do ano e o EP no começo de 2026.
- Acho que o som de vocês casa muito bem com o português. Concordam? Alguma chance de vocês passarem a trabalhar com o inglês, também?
A gente prefere em português mesmo. Como as letras são do meu pai, todas são em português.
- Como tem sido os shows nesta fase atual da carreira da banda?
Tem sido emocionante voltar aos palcos! Estamos bem entrosados e os shows estão bem empolgantes. Ver a galera cantando junto é surreal e incrível!
- E quanto a novos lançamentos no formato áudio visual? Alguma chance de vermos novos videoclipes da banda ainda em 2025?
Lançamos recentemente o clipe de “Retrovisores” e estamos muito felizes com a repercussão. Estamos planejando lançar as próximas músicas, cada uma acompanhada de um videoclipe.
- Jonas, mais uma vez, muito obrigado. Se algo ficou pendente, por favor este espaço é seu para as considerações finais...
Só quero agradecer a oportunidade de contar um pouco da nossa história. Valeu!