Sempre
que encontro projetos de one-man-band fico surpreso com a qualidade,
ainda mais falando dentro do Speed e Thrash Metal. Rodrigo Infernal
Rider é mais um neste Brasil que não deve nada a nenhuma outra banda,
tanto brasileira quanto internacional. Seu trabalho de estréia se
encontra em ritmo mediano de lançamento, Diabolical Evil, cria uma
expectativa que vale cada segundo de audição. Confiram a entrevista, a
mente por trás do projeto que fala sobre composições, cenário local e
muito mais:
Pedro
Hewitt – Satisfação demais em poder mais uma vez trocar boas ideias
contigo, Rodrigo “Infernal Rider”, sempre que possível estamos no front
para prestigiar e promover o nosso grandioso DIY. Como você está?
Rodrigo: Estou muito bem, obrigado. Agradeço a oportunidade de podermos nos falar novamente sobre um assunto tão bom (risos).
Pedro
Hewitt – Alguns anos podemos contar pela nossa amizade, principalmente
em relação com a divisão de opinião em shows, bandas, registros, enfim,
nossa região mesmo com a pandemia tenta se manter firme e forte, há quem
diga que está em baixa. Morando no Nordeste, precisamente em Araripina
(PE), como nós todos sabemos que estar em uma cidade pequena e com
tamanhas dificuldades tem seus momentos ora agradáveis ora não. Você tem
algum desejo em especial de realizar por aí?
Rodrigo:
Não dá mais pra culpar o tamanho da cidade e seu desenvolvimento em si,
sabe? Fizemos isso por muito tempo, assim como outros antes de nós
faziam. Mas conseguimos mostrar o contrário de forma bem convincente.
Então o grande desejo é engrandecer nosso Underground, trazer mais
bandas e visibilidade. Estamos em boa posição pra isso, e temos uma
ótima primeira impressão com o TRPP – Araripina, a intenção é crescer
mais e mais a partir disso.
Pedro
Hewitt – Uma cidade onde predomina músicas padronizadas e covers de
baladas, pude observar que há ainda um bom público que se alia com
outros em cidades próximas, por mais que a receptividade seja boa,
poderia ser um público melhor. Isso é reflexo da falta de incentivos,
shows ou algo fora disso?
Rodrigo:
De certa forma sim. O Underground daqui tem virado uma verdadeira cena,
no sentido exato da palavra: Algo literalmente parado (Risos). Mas de
certa forma, algo se manteve vivo mesmo não tendo sido oferecido algo
além dos covers e baladas, sinais de um público fiel. Essa pequena chama
teve um aumento incendiário quando entramos nessa cena e demos
movimento à ela, modéstia a parte falar isso, mas a Desastre Prods como
um todo, e a contribuição da Gagau Prods deu novas perspectivas ao
público.
Pedro
Hewitt – Tivemos a honra de fechar a parceria entre nossas
organizadoras no ano de 2019, onde sem dúvidas fizemos tremer esta
cidade, tendo histórias longas e muito insanas para contar aonde
passarmos. Foi uma luta e tanto, dias sem dormir e tensão até o último
segundo realizado, mas no final foi tudo maravilhoso. Agradeço não só a
você, Janniele Felix e os demais envolvidos, mas também por acreditarem
que fazemos isso pelo amor ao Underground. Bom, quais planos pós
pandemia?
Rodrigo: O
principal plano pós pandemia e gerar um evento ainda mais insano que o
anterior. Tivemos bastante tempo para pensar e analisar as
possibilidades, certamente toda essa energia acumulada vai trazer um
grande resultado!
Pedro Hewitt – Em relação seu primeiro projeto, o que pode nos falar sobre ele?
Rodrigo:
Gostaria de poder falar bem mais do que posso (Risos). Mas infelizmente
não tem tido muito o que dizer sobre, a situação atual dessa pandemia
somada a alguns contra tempos pessoais, me impediram de publicar o
material que tenho. Mas isso não significa que não vai sair, fiz um
pequeno teaser e lancei, as coisas estão andando, só nunca imaginei que
uma demo iria demorar tanto pra sair (Risos). Contudo, sem querer
estipular datas, quero muito que em dezembro, ela (demo) já esteja
disponível.
Pedro Hewitt – Como você descreveria seu processo criativo? Quais as etapas de composição e de produção em geral?
Rodrigo:
Não é algo muito difícil na realidade. Eu sei bem como quero que um
riff soe, ou como alguma letra seja. A Diabolical Evil não é um só um
projeto ou algo experimental, sabe? É algo que possui sua própria pedra
angular, tem uma direção bem estabelecida. Ser um One Man Band também
facilita as coisas pra mim, não sofro pressão em nenhum sentido e
escrevo e crio aquilo que gosto. Tento fazer soaras influência das
coisas que curto ouvir, sabe? Há muitas coisas importantes pra mim,
breakdowns, passagens e o ambiente da música e por isso tento ser bem
auto critico com as coisas que faço, quero passar o máximo de mim. Sua
marca e o que você passa na música, é o que a torna algo autêntica.
Pedro
Hewitt – Você intitulando o projeto como tal, acha que o rótulo estaria
correto para o projeto? Existe possibilidade de acréscimo sonoro após
os materiais a lançar?
Rodrigo:
Diabocal Evil soa exatamente como eu quero, remete a algo maligno,
diabólico, um culto ao obscuro, eu gosto de compor sobre isso, fazer
minhas críticas ou visão da vida com base nesse tema. E como eu disse
antes, possuo um direção bem estabelecida. Sempre há o que acrescentar,
mas quero fazer isso mais tecnicamente, sabe? Dentro que eu já estou
tocando e com elementos disto.
Pedro Hewitt – E quem sabe uma turnê, dividir palco com uma banda inspirada ou conhecer algum lugar exótico do mundo?
Rodrigo:
Isso seria ótimo, com a grandiosidade do underground a nível mundial,
não é algo mais tão distante da realidade, é valido sonhar com isso.
Tudo depende do seu material do seu impacto e um pouco de sorte (Risos).
Pedro
Hewitt – Bom, diariamente sabemos que existem bandas que não passam de
sujeira ou com problemas, atrapalhando quem realmente leva a sério. Com
total humildade, quais os tipos de bandas na atualidade que merecem ser
entendidas como Undergrounds e “médias”, e aquelas que, na opinião
pessoal de cada um, claro, não mereciam ser?
Rodrigo:
É uma questão bem chata essa, existem bandas que só querem tomar espaço
e tempo de pessoas que de fato querem algo sério no Underground. Não é
legal citar nomes nem apontar o dedo. Prefiro falar pelo que vejo por
aqui, onde existem algumas bandas covers e de baladinhas como você bem
citou antes, eles fazem o que gostam, mas não contribuem muito pro
cenário, nesse meio podemos citar algumas pessoas que de fato estão
ativos como parte do Underground. Também acho que existem aqueles que
forçam a barra, se envolvem em um rotulo Underground pois sabe que hoje
em dia, mesmo sendo “underground” tudo é muito visível, muito
profissional, alguns eventos como próprio Infektor por exemplo, fazem a
diferença tornam bandas mais visíveis. Mas, não muito distante uma da
outra, vemos notícias sobre vários artistas e bandas caindo, os falsos
sempre caem. A luta do Underground transcende a música em si, é um
estilo de viver pra muitos, deve ser levado a sério como tal.
Pedro
Hewitt – Saúde aos fortes, morte aos fracos e Pitú com limão sempre!
Que logo em breve possamos nos aventurar novamente e dividir palco em um
espetáculo rápido e Underground. Grande abraço brother.
Rodrigo:
Eu que agradeço a oportunidade e o apoio, com toda certeza voltaremos
ao front para as mais insanas aventuras regadas a muita pitu com limão!
Para mais informações, contato e merchandise:
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Muito foda, caralho!
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